sábado, 23 de fevereiro de 2013

Se "a Lei foi abolida", a Graça é uma Anarquia

Diversas vezes escutei - e na verdade cresci com outros me ensinando - que "a Lei foi abolida". Nisso, diziam que a Lei Mosaica foi abolida, que vivemos num período de Graça. Que o Messias veio abolir a Lei e criar uma Igreja, uma nova religião. Vai por aí. 


Mas, se a Lei foi abolida, será que podemos mentir? "Claro que não", eles respondem. Podemos matar? Roubar? Prostituir? "Não, não e não". Mas se não há Lei, como saber o que é certo e o que é errado? Não há como! Então, quem é que regula tudo isso? Responderão de forma mais ou menos assim: "o Messias aboliu a Lei". Será? Será que o Messias falou alguma coisa a respeito disso? Sim, ele disse. Lá em Mattityahu [Mateus] 5:17 - "Não pensem que vim abolir a Torah ou os Profetas. NÃO VIM ABOLIR, mas completar". Será que o Messias estava mentindo? Obviamente não. 



Diversas vezes o Eterno afirma lá na Torah que o que Ele estava ordenando que o povo fizesse era um "estatuto perpétuo", ou seja, não iria ter fim, o povo nunca deveria deixar de fazer nas gerações seguintes. Assim, se dizem que "Lei foi abolida", estão dizendo necessariamente que o "Eterno mentiu", pois ele disse que a Lei nunca seria abolida. Isso é muito sério, creio que as pessoas não param pra refletir sobre isso.

Talvez as pessoas achem que os que praticam a Lei Mosaica (não são obrigados a cumprir a Torah os enquadrados em Atos 15. Mas também não foi proibido que eles cumprissem, caso desejassem) o façam pensando na própria salvação, para ser salvos. Ou então, acham que eles são legalistas. Vou narrar uma explicação muito boa que ouvi na sinagoga. A salvação é pela Graça. É algo dado pelo Eterno. Entretanto, ela não nos ensina a viver. A Lei nos mostra como devemos nos portar. É como se a Salvação fosse o convite para a festa. Mas a festa é de gala, devemos nos comportar lá dentro, nos vestir adequadamente, não colocar doces e salgados nos bolsos, etc. E isso é a Lei que nos ensina. É ela que nos ensina a agradar o "dono da festa", a agradar o Eterno. Quanto a legalidade, Yeshua nunca disse que quem guarda a Lei é legalista, caso contrário, o Messias também seria legalista. Há dois jeitos de guardar a Lei: sendo legalista ou fazer de todo seu coração, de toda sua alma e força. E isso não é ser legalista. Cumprir a Lei é o nosso Serviço ao Eterno. Isso é adoração. Quando eu guardo o Shabat, eu adoro o Eterno. Quanto uso o tsitsit, ou talit ou a kipah, eu adoro o Eterno. Isso faz dar sentido quando eu canto louvores, quando eu oro, etc. Que adiantaria cantar louvores ao Eterno se eu minto, roubo, pratico adultério e não me arrependo dessas coisas? Isso é falsidade! Cumprir a Lei é adorar ao Eterno, é por isso que cumprimos. 

E se não há Lei, quem é que legisla tudo? Porque se alguém "aboliu a Lei", tiveram que criar uma nova lei. E essa "nova lei" é muito semelhante à antiga, pois diz basicamente as mesmas coisas, mas dá também abertura para inserir coisas que a Torah do Eterno proíbe. Por exemplo, o culto à trindade. E essa "nova lei" é bastante semelhante às "7 Leis Noéticas", um conceito muito antigo do Judaísmo, desconhecido de muitos, de muitos mesmos. As Leis Noéticas foram narradas em Atos 15. E mesmo assim, se afirmam que nem uma "nova lei" existe, então tudo é uma anarquia. Ninguém pode afirmar que mentir é pecado. Que roubar é pecado. Não havendo Lei, não há possibilidade de pecar. E as pessoas podem andar cegamente, desagradando o Eterno com isso. Fazer isso é, de certa forma, pensar que nossa sociedade poderia existir sem um Código Penal, sem a Constituição, sem Leis de Trânsito, etc. É voltar à Idade da Pedra e viver segundo os desejos errados dos nossos próprios corações. 

A salvação vem do Eterno. Portanto, devemos agradá-Lo sim. Imagine que fomos salvos e apesar disso saímos deliberadamente quebrando preceitos. Será que a Salvação pode ser perdida? Claro que sim. O Eterno nos dotou de poder de escolha. E podemos escolher nos afastar dEle, mesmo um dia estando perto. Se queremos agradar ao Eterno, devemos cumprir suas Leis. Seja toda a Torah (caso dos judeus) ou "as 7 Leis Noéticas" (caso dos não judeus - explicado em Atos 15, embora já fosse algo bastante antigo dentro do Judaísmo). 

Shalom aleichem, 
Edgard MacFraggin'

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Mudanças no Blog

Shalom aleichem (a paz seja convosco),
           Esse blog eu o comecei por volta de 2009, com o intuito de mostrar aos outros pensamentos pessoais. E falei muito sobre vários assuntos, com uma forma de pensar cristã. Mas, pra resumir a história, em 2006 eu comecei a desconfiar que a família da minha mãe tinha ascendência judaica, pelo lado dos Martins. E isso foi indo e indo, pesquisando e constatando que era verdade. Então, no final de 2011 e meados de 2012 começei minha Teshuvah (retorno), me tornando assim um baal teshuvah. Comecei a viver as mitsvot (mandamentos) nessa época, de forma que cumpri o mandamento da b'rit millah (circuncisão) algumas semanas atrás. Agora, sou judeu, sigo o judaísmo. Creio que Yeshua é o messias, o Filho de Elohim, o "caminho, a verdade e a vida", mas creio que o Eterno é um, indivisível, e que Ele, bendito o seja, não faz parte de nenhuma trindade. Assim, apenas o Eterno é digno de ser adorado, e ninguém mais, nem o messias. Dessa forma, as postagens também refletirão isso. Muito provavelmente todas as postagens de 2012, principalmente às do segundo semestre, refletem o pensamento judaico que tenho aprendido. 
Tenham  Shalom (paz), meus irmãos. Yeshua foi um grande rabino, um grande mestre, mais importante de tudo, ele é o messias esperado. E ele voltará e reinará na Era Messiânica. Reinará por 1000 anos! Ansiamos por esse dia! 

Edgard MacFraggin'