domingo, 28 de março de 2010

E a Bíblia Está se Cumprindo (4)


Em pleno Século XXI, quando noções básicas de direitos humanos e respeito às liberdades individuais são claramente discutidas e reivindicadas mesmo por crianças em sua idade mais tenra, ainda vemos perseguições por motivação religiosa. Sobre isso fala Jesus ao tratar dos sinais de sua volta, no capítulo 24 de Mateus. Ele afirma: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome” (v. 9).
Nunca foi novidade a perseguição religiosa contra cristãos. No Novo Testamento vemos a perseguição sofrida pelo próprio Senhor da parte de religiosos (fariseus, saduceus e escribas) e de políticos de seus dias (herodianos, romanos). A igreja dos primeiros dias também enfrentou uma forte perseguição, com torturas e mortes. Assim tem sido ao longo da história com lances emblemáticos como a Inquisição que, com aparência cristã, perseguiu todos aqueles que ameaçavam a fé dominante ou praticavam a verdadeira fé. Devemos lembrar que a Inquisição perseguiu, torturou e matou protestantes sem cerimônias. Se olharmos para o Brasil, veremos uma história de perseguição e restrições às igrejas evangélicas e seus seguidores. Igrejas foram incendiadas, crentes foram perseguidos e impedidos de viverem em paz em nosso solo pátrio. Ainda hoje, mesmo de forma silenciosa e disfarçada, ainda vemos a perseguição religiosa acontecer. Nos interiores de nosso país, ajudas governamentais ainda são monopolizadas por sacerdotes romanos que os suspendem quando há conversão ao cristianismo evangélico. Eu mesmo presenciei isso de perto quando atuei em Minas Gerais. Ao redor do mundo, muitos são perseguidos parcial ou totalmente ou impedidos de exercerem sua fé. Outros ainda são perseguidos, torturados e mortos por causa de sua fé.
A Missão Portas Abertas divulgou recentemente a relação dos 10 países onde os cristãos enfrentam maior risco por causa de sua fé. Na ordem: Coréia do Norte, Arábia Saudita, Irã, Afeganistão, Somália, Maldivas, Yemen, Laos, Eritréia e Uzbequistão.
Na Coréia do Norte, uma mulher de 33 anos, Ri Hyon-Oh, foi executada publicamente em 16 de junho do ano passado em Ryongchon, acusada de distribuir Bíblias. A morte foi confirmada pelo governo norte coreano que afirmou que, além disso, a mulher era espiã da Coréia do Sul. O marido de Ri Hyon-Oh, seus três filhos ainda crianças e os pais da executada foram enviados para um campo de prisioneiros políticos no nordeste do país. No país há uma fictícia liberdade religiosa, apenas para amenizar as críticas internacionais. Na capital, as quatro igrejas autorizadas (católica, protestantes e ortodoxa russa) funcionam para turistas, mas não possuem liderança e nem membros.
No Irã, duas jovens de 27 e 30 anos continuam presas por causa de sua fé cristã. Após alguns meses de prisão, ouviram a condição de sua libertação da boca do juiz: Vão negar a vossa fé e retornar ao Islã?”- Como a resposta foi negativa, foram enviadas de volta à cela para que “continuassem refletindo”. A fiança foi estabelecida em valores elevadíssimos – 300 mil Euros!
Dias passados o governo cubano libertou o pastor Carlos Lamelas após quatro meses de prisão sem justificativa. Nesse período só recebeu seu advogado uma vez e por cinco minutos e a visita da esposa com escolta. O pastor é engajado no movimento de que pede a liberdade religiosa em Cuba.
Na Índia, no estado de Orissa, no ano passado, cristãos foram impedidos de votar. Eles foram ameaçados por hindus. Na região, mais de três mil cristãos encontram-se em campos de refugiados em virtude da violência que sofreram dos hindus. No Paquistão, uma mulher muçulmana de 24 anos, convertida ao cristianismo, sofreu violências sexuais de seus próprios familiares, como represália, e teve de refugiar-se com seu marido e dois filhinhos porque recebeu ameaças de morte de toda a família. No país, os clérigos muçulmanos estabelecem castigos aos que deixam o Islã e pregam a morte dos chamados “hereges”. Em Jerusalém, a Igreja Batista de Jerusalém Ocidental tem sido constantemente atacada por receber judeus convertidos. A igreja já foi incendiada e atacada diversas vezes.
No México, nas regiões sul do país, cristãos evangélicos tem sido ameaçados, presos e pressionados com o risco de perderem suas propriedades caso não participem e nem ofertem para as festas rituais promovidas por católicos tradicionais, no estado de Oaxaca.
Segundo a Aliança Evangélica Alemã, a perseguição no mundo está aumentando. São 55 mil assassinatos por ano por motivações religiosas, notadamente na Índia, Indonésia e Paquistão, onde os riscos são acentuados. Para a Missão Portas Abertas: um em cada três cristãos sofre perseguição; em cada dez pessoas no mundo, uma é cristã perseguida; mais de 200 milhões de cristãos enfrentam intensa perseguição; mais de 250 milhões de cristãos sofrem alguma forma de discriminação.
O que o Senhor Jesus afirmou tem se cumprido. A perseguição a que Ele se refere envolve muito mais que palavras, envolve aflição (At 4.3; 8.1; 12.4; 13.50; 14.19; 2 Co 1.23-25). Envolve homicídio (At 7.59; 12.2). Envolve, ainda, ódio por todas as partes. Segundo dados, a perseguição contra os cristãos está presente de modo violento em cerca de 90 países.
Essa perseguição acontece por alguns motivos. Primeiro porque o mundo sem Cristo resiste ao modo de viver cristão de retidão. A conduta cristã conflita com o desejo que se tem de levar a vida de modo vulgar, frouxo e sem padrões. Segundo porque o modo de viver puro e justo não combina com a tendência corrupta do mundo sem Cristo. O mundo sem Cristo vive para satisfazer a carne e isso não coaduna com o ensino do evangelho. Terceiro porque o mundo sem Cristo se opõe à mensagem de arrependimento, negação do pecado e volta para Deus. Prefere negar a culpa do pecado e viver por si, sem Deus.
O que Jesus ensina é que a perseguição virá de todos os lados, não por causa de motivações políticas, de sistemas de governo ou por mera divergência religiosa. As causas são espirituais e muito mais profundas do que se pode perceber. Virá da clara oposição do coração endurecido que rejeita a mensagem amorosa e reconciliadora do evangelho. É o quadro que vemos intensificar. E assim, a Bíblia está se cumprindo!

Do seu Amigo e Pastor
Roberto da Silva Santos

IBCT - Igreja Batista Central de Taguatinga

quinta-feira, 25 de março de 2010

Crescimento

Os artrópodes (insetos, crustáceos, aracnídeos, etc) são animais incríveis! Têm enorme importância dentro dos ecossistemas aos quais pertencem: seu espectro de ação vai de alimento até fazer a “limpeza” do ambiente. São animais lembrados até mesmo na Bíblia (a “formiguinha” em Provérbios, os gafanhotos destruidores em Joel e os insetos das pragas egípcias descritas em Êxodo). Mas acima de todas as coisas, os artrópodes são animais criados por Deus, e Ele viu que era tudo muito bom!
Mas o que mais me chama atenção nesses animais é o Exoesqueleto. Este é uma estrutura externa, muito resistente, semelhante a uma armadura e que é o “esqueleto” dos artrópodes. E isso é incrível: o Exoesqueleto não serve exclusivamente para proteção dos animais, serve também para diminuir perda de água excessiva, sustentação e locomoção! Deus foi um maravilhoso designer naquele período da Criação! Tudo é perfeito! Tudo funciona! Nada foi aleatório!


Entretanto, o Exoesqueleto acaba por causar uma limitação: os artrópodes precisam se “livrar” deles para poder crescer. O Exoesqueleto não cresce e, no mundo natural, ser grande pode ser o que torna um animal um predador e não uma presa. A troca do Exoesqueleto é conhecida como ecdise ou muda. Este evento envolve alterações hormonais, no comportamento, no formato e no funcionamento do organismo dos artrópodes. É um evento complexo. E nesse momento, o inseto deixa seu antigo Exoesqueleto para formar um novo. Esse período provavelmente é um período de muito desconforto, pois ocorre um aumento da pressão interna do animal para poder romper o Exoesqueleto “antigo”. E essa formação do novo Exoesqueleto não é algo instantâneo: o artrópode passa por momentos desprotegidos. A pequena “armadura” resistente foi deixada para trás, e o artrópode espera pela formação da nova “armadura”, que será maior. Durante esse período, eles procuram lugares seguros, refúgios, onde podem passar pela muda de forma mais segura.
O crescimento cristão acontece da mesma maneira! Crescer é algo bom, mas para chegar lá, passamos por momentos difíceis. Momentos desprotegidos e de desconforto (pelo menos aos olhos humanos). É doloroso. É levando “pancada”. E tudo isso ocorre pela permissão de Deus! E glória a Ele por isso, pois depois o resultado é melhor! Essas “pancadas” quebram o nosso pequeno Exoesqueleto psíquico/espiritual que nos limita... mas isso dói... nos sentimos como vítimas, ficamos tristes, achamos isso totalmente injusto... e é nesse momento que Deus é o nosso refúgio! É nesse momento que somos mais fortes! Pois o poder grandioso de Deus se manifesta nos nossos períodos de fraqueza, assim como disse o apóstolo Paulo em 2ª Coríntios capítulo 12, versículos 9 e 10 “E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” Deus usa períodos turbulentos, difíceis e aparentemente insuportáveis para moldar nosso caráter, nossa vida cristã e nossa convivência entre irmãos. Depois que a turbulência passa, estamos maiores, mais fortes, prontos a desempenhar um trabalho melhor para o Reino do nosso maravilhoso Deus.
Deus criou os artrópodes para fazer ecdise e viu que isso era muito bom. Deus criou a nós, Seus filhos, para fazer “ecdise espiritual” e viu que isso era muito bom também! Devemos ficar atentos a esses momentos, e simplesmente esperar em Deus, descansar nEle, esperando pelo resultado da situação, sabendo, previamente, que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável.
Edgard MacFraggin'

E a Bíblia Está se Cumprindo (3)

Nos artigos anteriores falamos sobre a presença de falsos “cristos” e de grande violência no mundo por meio de guerras e muitas mortes como sinais da volta de Jesus. Agora, falamos da natureza em fúria e suas conseqüências, o próximo sinal citado pelo Senhor.
Jesus ao alertar seus discípulos sobre sua volta fala de acontecimentos que marcariam a caminhada da humanidade rumo ao desfecho da história. Ao considerá-los hoje, não significa dizer que nunca existiram e que, como novidade de nossos dias, passaram a existir. Falsos “cristos” e guerras sempre existiram. Nestes dias finais, todavia, esse fenômeno seria intensificado. O mesmo com respeito aos acontecimentos que envolvem a natureza. O primeiro desastre a que Jesus se refere está ligado à fome. É fato que ela sempre existiu e nos dias posteriores às palavras de Jesus foi atestada pelos relatos bíblicos e históricos, seja motivada pelas guerras, seja motivada por questões climáticas e ambientais. Quando olhamos para os dias atuais, no entanto, percebemos o terrível agravamento desse flagelo. Apesar de o mundo ser totalmente diferente do que nos dias de Jesus, com técnicas de produção avançadíssimas, descobertas tecnológicas inovadoras e revolucionárias e tamanha compreensão sobre direitos humanos e o valor da vida, vemos que o problema da fome parece agravar drasticamente. Hoje, cerca de 100 milhões de pessoas no mundo estão sem teto. Temos em nosso planeta uma massa de 1 bilhão de analfabetos, o que influencia necessariamente o desenvolvimento de povos, deixando no atraso inúmeros países ou regiões do globo. A pobreza e a subnutrição crônica ou grave atingem a 1,1 bilhão de pessoas no mundo. Um quadro tão nefasto ocasiona uma conseqüência assustadora sobre a vida das crianças: 150 milhões de crianças com menos de 5 anos encontram-se subnutridas – equivalendo a uma criança em cada três no planeta. Além disso, e, muito mais grave ainda, 5 milhões de crianças com menos de cinco anos morrem por ano, em decorrência da fome, o que equivale a 1 morte a cada 5 segundos!
Jesus fala da fome que seria terrível no fim dos tempos e em Apocalipse essa fome é representada pelo “Cavalo Preto” (Ap 6.5,6) cujo cavaleiro tinha uma balança nas mãos anunciando preços elevadíssimos de itens alimentares básicos para a sobrevivência do ser humano. A Bíblia antecipa que, mesmo com dinheiro na mão, seria impossível comprar. Hoje se sabe que há sim capacidade de produção de alimentos para todas as pessoas no planeta, o que falta é um sistema justo, vontade política e o fim da maldade. Chegará o tempo do colapso e a fome vai reinar.
Dentro desse quadro, Jesus fala de doenças. Estas são vistas em toda a história humana, é verdade, mas seriam agravadas nos últimos dias. Em tempos passados, o ser humano encontrava-se indefeso diante de grandes pestes e doenças que vitimavam multidões. Desde a Antiguidade, passando pela “peste negra” (ou peste bubônica) que dizimou milhões de pessoas já na Idade Moderna, chegamos a outros momentos delicados como a cólera, nos séculos 19 e 20 que chegou a dizimar milhões de pessoas. No início do século 20, a “gripe espanhola” matou entre 50 e 100 milhões de pessoas; mais tarde, a “gripe asiática” vitimou algo em torno de 1,5 milhão de pessoas e, mais recentemente, a “gripe suína”, a Influenza ou a H1N1 já matou em torno de 14 mil pessoas, sendo ainda uma preocupação em nosso país, exigindo, inclusive, a vacinação que neste momento acontece. Isso sem falar na “dengue”, doença pandêmica infecciosa tipicamente urbana, a febre amarela e a malária, de ambientes rurais, que são responsáveis por grandes preocupações em nosso país e no mundo. Outras doenças, que pareciam controladas, surpreendem. A tuberculose, só em 2006, alcançou 9,2 milhões de casos, levando 1,7 milhão à morte, segundo a Organização Mundial de Saúde. Cerca de 5 milhões de brasileiros são portadores do vírus da hepatite C e 1,7 milhão do vírus da Hepatite B, doenças graves e de conseqüências altamente danosas. Muitos nem sabem que se encontram atingidos pela enfermidade. A AIDS, bastante falada e desmistificada pelas incontáveis propagandas, não deixa de ser a grande vilã de nosso tempo. A “síndrome da imunodeficiência adquirida” é uma epidemia global causada pelo vírus HIV. Já matou 25 milhões de pessoas no mundo nos últimos vinte anos, o que representa cinco mil e setecentas mortes por dia. São 60 milhões de pessoas infectadas! Doença que avança, inclusive, na faixa da terceira idade, após o advento do “viagra”. Os ricos podem evitar a fome, mas não podem fugir das enfermidades que a todos atinge. É o “Cavalo Amarelo” de Apocalipse 6.8 que parte para dizimar a quarta parte da humanidade.
Mas Jesus fala também de terremotos. Somente neste primeiro trimestre dois grandes terremotos sacudiram o Haiti e o Chile. No Haiti, ocorrido em 12 de Janeiro, cerca de 200 mil pessoas morreram e a capital Porto Príncipe foi devastada. No Chile, o terremoto de magnitude 8,8 devastou o centro-sul do país em 27 de fevereiro afetando quase 2 milhões de pessoas e matando mais de setecentas pessoas, seja pelos tremores, seja pelo tsunami que varreu vilas litorâneas. O terremoto, de tão forte, deslocou o eixo da terra e encurtou a duração dos dias na terra em 1,26 microssegundo (1 microssegundo equivale a milionésima parte de um segundo – algo imperceptível, é verdade). Isso sem contar as enchentes na Europa, os alagamentos em São Paulo (com mais de cinqüenta mortes), os deslizamentos ocorridos em Angra do Reis, no Rio de Janeiro, e a destruição de uma cidade inteira, a cidade de São Luiz do Paraitinga, em São Paulo em decorrência das chuvas fortes, além de, é claro, terremotos em Pernambuco e de um tornado no Jardim Ocidental, ao lado de Brasília, na semana passada, tudo dentro do primeiro trimestre do ano.
Repito: Jesus não fala de novidades, mas de agravamento de situações. E é nisso que vemos o cumprimento da Palavra de Jesus: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir” (Mt 24.13). O que fazer então? Estar em comunhão com o Senhor, andar com ele, viver para ele. Seguir a vida, os planos, os estudos e o trabalho, mas deixando a vida em ordem e o coração preparado para o grande e esperado “Dia do Senhor”.

Obs.: Pandemia – quando a doença está amplamente disseminada, atingindo várias regiões e países. Endemia – quando a doença incide de modo significativo e habitual em determinada região, por exemplo, a malária na região da Amazônia.

Do seu Amigo e Pastor
Roberto da Silva Santos

(IBCT - Igreja Batista Central de Taguatinga)


E a Bíblia está se Cumprindo (2)

Vamos olhar o noticiário de hoje e de ontem? O grande pregador Billy Graham declarou enfaticamente que “podemos ler a Bíblia com um jornal do dia ao lado”. Para ele, os fatos do cotidiano revelam a certeza e verdade da Palavra de Deus e o seu cumprimento.
Jesus, ao ensinar seus discípulos sobre a sua volta, apresenta os sinais que precederiam o tempo do fim, numa preparação para a sua volta e o Juízo Final. Na última semana falamos sobre o primeiro sinal – o aparecimento de “falsos cristos” e “falsos messias”, isto é, religiões, religiosos e propostas religiosas que aparentemente apresentam a mensagem do evangelho, só que de forma enganosa e fraudulenta, afastando e desviando pessoas da verdade em Cristo Jesus. Agora, Jesus apresenta um segundo sinal que passamos a considerar: “Vocês ouvirão falar de guerras e de rumores de guerras, mas não tenham medo. É necessário que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra nação, e reino contra reino” (Mateus 24.6,7 a).
Desde muito tempo, a história da humanidade tem sido manchada pelos conflitos armados que tem dizimado tribos, povos, etnias e países. Falar em guerra nos dias de Jesus não era algo novo ou tão surpreendente assim. Os judeus já haviam se envolvido em diversas delas. O que Jesus alerta não é para algo que não existia e passaria a existir. Fala da intensificação de um flagelo que faz o homem destruir-se a si mesmo em nome de territórios, de riquezas nacionais, de imposição de uma imaginada superioridade étnica e religiosa ou ainda por questões comerciais, marca decisiva das guerras de nosso tempo.
Se fixarmos nossos olhos apenas nos Séculos 20 e 21, veremos que as guerras têm sido presença marcante em nossos noticiários.
Na abertura do Século 20, a Primeira Guerra Mundial dizimou mais de dez milhões de pessoas, deixando cerca de trinta milhões de feridos e inválidos, além de uma grande chaga que preparou o mundo para novos conflitos localizados que resultaram na Segunda Guerra Mundial. Esta, com novos recursos bélicos e tecnológicos, fechou seu mórbido balanço tendo vitimado cerca de cinqüenta milhões de pessoas, aproximadamente. Populações civis, crianças, militares; países perderam partes consideráveis de sua população, como a Polônia, que perdeu 20%. Algo em torno de 5,8 milhões de judeus foram exterminados por Hitler e países como União Soviética, China, Alemanha, França, Estados Unidos, Japão e Itália, perderam contingentes gigantescos nos campos de batalha ou em decorrência da Guerra.
Lembro-me quando criança, nos anos setenta, da Guerra do Vietnã. Lembro-me das notícias que via na TV em preto e branco e dos horrores que eram mostrados. Na guerra, aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas, do norte e do sul, morreram, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos que foram arrastados para a guerra com a propagação do conflito, e de cerca de 50 mil soldados dos Estados Unidos.
No fechamento do Século 20, o terrível massacre de Ruanda, África, vitimou oitocentas mil pessoas da etnia tútsis que, atacados covardemente pelos da etnia hútus, não tiveram tempo de esboçar reação. No último final de semana, na Nigéria, um massacre promovido por muçulmanos, matou 528 cristãos, entre mulheres, homens e bebes, a golpes de facão. Depois de mortos, foram esquartejados e queimados. Na Nigéria desde 1999 já morreram cerca de 14 mil pessoas em função de conflitos étnicos e religiosos. Outros países da África enfrentam o mesmo quadro de tensão, como o Sudão, que no ano passado enfrentou um massacre de 185 pessoas que foram mortas por questões étnicas.
No Irã em janeiro, o governo anunciou que julgará e poderá enforcar sete líderes da minoria religiosa bahai, presos desde 2008. Cerca de 250 integrantes dessa minoria foram executados desde a Revolução Islâmica de 1979. A perseguição às minorias bahai, cristã e judaica, tem sido amplamente denunciada por organizações internacionais. Aliás, o governo do Irã nega, inclusive, o Holocausto, dentre suas muitas violações e violências praticadas contra as minorias naquele país.
O Afeganistão agoniza por oito anos com uma guerra sem vencedores. Até o final do ano passado, nesse país, eram setenta e cinco mil soldados de forças internacionais de 42 países diferentes. Os Estados Unidos estão enviando mais soldados para o Afeganistão agora em 2010. Só no ano passado morreram cerca de 2.412 civis em meio à guerra.
O quadro não é diferente no Iraque. Desde 2003, dados oficiais dão conta de que cerca de 100 mil civis morreram no conflito e seus desdobramentos. Fontes extra-oficiais, no entanto, afirmam que o número real chaga a 1 milhão de mortos!
Guerras e rumores de guerras! Nação contra nação! Isso não nos lembra o alerta de Jesus? O que Jesus nos ensina é que devemos observar os sinais dos tempos com atenção e reverência. Não é o caso de deixar o coração “turbar” – ficar amedrontado, perturbado ou confuso. É caso de analisar o que acontece e considerar as palavras do Senhor. A violência mundial tende a acentuar. E isso não é porque Deus assim o quer, mas devido a teimosia e obstinação do ser humano em fazer o mal para si mesmo e para o seu próximo. É resultado de um persistente afastamento de Deus e de seus conselhos. O que Jesus faz é apenas antever os rumos inexoráveis do mundo e de nossa civilização.
Mesmo assim, há de se notar dois detalhes importantes. Apesar de toda a violência, Jesus adverte que ainda não é o fim, pois faltam alguns sinais. Segundo, mesmo com todo o quadro caótico Deus continua no controle de todas as coisas. Seu propósito não será frustrado e seu relógio não será adiantado ou retardado. Todo poder, no céu e na terra, está nas mãos de Jesus.
Por fim, devemos lembrar que a esperança dos que crêem em Cristo é o novo céu e a nova terra. Então, trabalhemos enquanto é dia, façamos diferença neste mundo com uma vida honesta, correta e que abomina e combate o mal, a violência, toda a injustiça. Vivamos de um modo tal que todos possam perceber que, em Cristo, há verdadeira esperança aqui e na eternidade.

Do seu Amigo e Pastor
Roberto da Silva Santos

(IBCT - Igreja Batista Central de Taguatinga)

E a Bíblia Está se Cumprindo (1)

Falar da volta de Jesus Cristo pode soar sensacionalismo para alguns, mas é um exercício que deve ser realizado por todo aquele que ama e espera pelo Senhor.
Aos seus discípulos Jesus apresentou esclarecimentos detalhados sobre os fatos que antecederiam o seu retorno glorioso. Não marca dia nem hora, para desespero de muitos e para a frustração dos que tentam adivinhar esse mistério. Apesar disso, revelou com clareza os fatos ou “sinais” que apontariam para a sua volta nos capítulos 24 e 25 do Evangelho de Mateus.
Nem sempre é fácil entender os capítulos citados porque os assuntos parecem estar embaralhados. É fácil desembaralhar: Jesus fala da destruição de Jerusalém, dos sinais da volta e do juízo. São três assuntos. De Mateus 24.4-14, Jesus fala sobre os sinais da volta. Em seguida, de 15 a 28, fala sobre a destruição de Jerusalém e suas conseqüências devastadoras. A partir do verso 29, Jesus fala do Juízo Final. A partir do verso 36, Jesus passa a alertar os seus discípulos quanto a vigilância diante da iminente volta do Senhor.
Assim sendo, devemos começar do ponto que nos importa realmente: os sinais da volta. Quanto a destruição de Jerusalém, esta já aconteceu em 70. A Palavra de Cristo se cumpriu e agora, devemos olhar para os fatos que nos projetam para o final dos tempos. Quanto ao Juízo Final, será tema para nova série de artigos. Então, que tal abrirmos os jornais de hoje? Ou quem sabe olharmos com mais atenção ao noticiário da TV ou da internet?
Gostaria de, nos próximos domingos refletir com você sobre o alerta de Jesus quanto aos sinais da sua volta. Nos versos 5 a 14 de Mateus 24, Jesus apresenta dez sinais relativos a sua volta. Vejamos o primeiro:
Aparecimento de falsos “messias”(v.5). O primeiro sinal que Jesus destaca é o aparecimento de “falsos messias” ou “falsos cristos”. A história tem revelado que a profecia de Jesus é verdadeira. Logo após sua morte e ressurreição, Jesus foi sucedido por diversas e incontáveis figuras que traziam para si o direito de serem o próprio Senhor. Pessoas afirmando serem Cristo ou mensageiro direto de Deus. Pessoas que ensinaram doutrinas contrárias às ensinadas por Jesus Cristo; fazedores de milagres falsos ou verdadeiros (os falsos, atribuídos à esperteza e engano; os verdadeiros, fruto do agir do diabo que também promove suas curas e maravilhas para sedimentar o seu engano.). Homens e mulheres, ao longo dos séculos têm afirmado deter novas revelações, novos evangelhos, novas doutrinas. Uma vez que contrárias ao ensino bíblico, esses ensinos falsos não pestanejam em tentar tirar a autoridade da Bíblia em função de seus novos postulados. Em Atos 5.36,37 vemos a citação de Teudas e Judas, falsos “cristos” e no capítulo 8 do mesmo livro, nos versos 9,10, vemos Simão, um feiticeiro que afirmava ter poderes vindos de Deus. Quantos já fundaram igrejas com doutrinas absurdas e infundadas?
Quantos já se declararam recebedores de novas e bombásticas revelações de Deus? Quantos já têm registrado em livros seus ensinos que substituem a Bíblia? Ao mesmo tempo, quantos têm seguido a esses falsos “cristos”? Muitos seguiram, no final dos anos setenta, o falso pregador Jim Jones ao suicídio coletivo, ocorrido na Guiana, acreditando que faziam a vontade de Deus. Outros seguem o patético Inri Cristo aqui mesmo no Brasil. Dois extremos, é verdade, mas o que não dizer de igrejas que vivem de dinheiro e promessas absurdas? Igrejas essas que não apresentam a mensagem de salvação, de arrependimento, de mudança de vida, mas sim a do dinheiro, do poder, do ter e do passar a ser, desde que se pague a Deus (na verdade a igreja e seus líderes endinheirados e detentores de canais de TV, rádios e outros patrimônios mais.) por esse serviço. Vemos também a maioria de nosso povo mergulhada no misticismo e na idolatria porque um evangelho equivocado lhes foi pregado. “Evangelho” que leva a depender de imagens, pessoas mortas, mediadores diversos, padroeiros e padroeiras, deixando o verdadeiro Senhor de lado, ignorando que não existe nenhum outro nome pelo qual devemos ser salvos a não ser o de Jesus, conforme Atos 4.12. Falsos cristos que matam em nome da religião, que enganam em nome de Deus, que se beneficiam em nome da fé! Falsos cristos que prometem um pedaço do céu por um preço a ser negociado. Falsos cristos que, ignorando todo o ensino da Palavra de Deus, afirmam que o homem não precisará ir à presença de Deus, pois ele mesmo pagará suas contas nas suas diversas e sucessivas reencarnações, esquecendo o que afirma a Bíblia em Hebreus 9. 27 – “E como aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo”.
Lamentavelmente, muitos estão seguindo falsos cristos, falsos messias e falsos profetas. O mundo está cheio deles. Muitas portas estão abertas pregando falsos evangelhos por aí a fora. Mas, Jesus já havia alertado quanto a isso.
O que fazer então? 1) Entender que este é um sinal da volta do Senhor, não se assuste. 2) Buscar na Bíblia o ensinamento necessário para não ser enganado por quem quer que seja. 3) Cuidar da própria vida a fim de que seja encontrado na verdade quando da volta do Senhor. Pense nisso.

Do seu amigo e Pastor
Roberto da Silva Santos

(IBCT - Igreja Batista Central de Taguatinga)