terça-feira, 27 de abril de 2010

E a Bíblia Está se Cumprindo (Final)

Chegamos ao verso 14 de Mateus 24. Nessa altura, Jesus declara mais um importante sinal de sua volta ao afirmar: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, então virá o fim”. Esta uma clara afirmação de que a volta do Senhor será precedida de um anuncio completo e abrangente de sua mensagem aos corações.
Este sinal é interessante porque rearruma em nossas mentes uma errada concepção sobre a volta de Jesus. Muitas vezes associamos a volta do Senhor a uma data de calendário, a um período específico da história ou a um momento que pode ser descoberto após minuciosos estudos. Não é uma inclinação só nossa, foi também a dos apóstolos. Pouco antes da ascensão do Senhor, os apóstolos perguntaram “quando” o reino de Israel seria restabelecido. A pergunta é: “quando o seu reino será estabelecido?” Ao longo dos tempos, a mesma pergunta vem se repetindo. Alguns já tentaram estabelecer datas, eventos e situações que pareciam apontar para o “fim dos tempos” e a volta de Jesus. Todas as previsões feitas falharam. Mesmo a mais clássica de todas, a de que de “dois mil” a humanidade não passaria, falhou fragorosamente, gerando dúvidas, descrédito e a falsa segurança de que nada mais aconteceria. Mas, se voltarmos aos apóstolos, perceberemos a palavra do Senhor ao dizer que as datas pertenciam a Deus, isto porque a preocupação de Deus não está no relógio, mas em que o circuito por ele definido seja cumprido antes da volta de Jesus, e o seu circuito é simples: o evangelho deveria ganhar Jerusalém, alcançar a Judéia, avançar pela Samaria e conquistar os confins da terra. Assim sendo, a questão não é de calendário, mas da chegada da palavra aos corações. E essa tarefa foi-nos entregue pelo Senhor.
Hoje, num mundo de 6,5 bilhões de pessoas, pelo menos 2 bilhões nunca ouviram falar sequer o nome de Jesus. Isso aponta claramente para uma grande tarefa que temos pela frente na continuidade da ordem de Jesus de chegarmos aos confins da terra. Por outro lado, se a tarefa parece quase inatingível, devemos lembrar que a maior parte do mundo alcançado até hoje o foi em tempos de tecnologia muito inferior a que temos hoje. Bem sabemos que o fenômeno da Internet e das comunicações com alta qualidade e rapidez tecnológica é coisa recente. O período de maior avanço evangelístico se deu em tempos em que o recurso mais avançado era o rádio, inicialmente e, muito mais recentemente, a televisão. E com toda a limitação que a ausência de tecnologia impunha, chegamos a cobrir dois terços da população mundial com o conhecimento da Palavra de Deus. Será que demoraremos tanto tempo assim para que alcancemos o terço que falta? Depende de nosso esforço, compromisso e vontade de ver pessoas salvas por Cristo.
A promessa do Senhor já tem se cumprido quando vemos inúmeros lugares antes inalcançáveis sendo atingidos pelo Evangelho. Ficamos felizes pela tradução da Bíblia para incontáveis idiomas. Ficamos empolgados quando vemos a internet encurtando distâncias e vencendo barreiras, permitindo que o evangelho chegue a diversos lugares. Na verdade, temos duas grandes barreiras ainda: a primeira diz respeito a cultura, raça e religião. Isso requer esforço, estudo, aprofundamento transcultural e entendimento de meios mais adequados para transmitir o evangelho, sem agressões ou conflitos desnecessários e indevidos. A segunda grande barreira está dentro de nós mesmos, a saber, a nossa acomodação e falta de vontade de continuar cumprindo o roteiro do Senhor. Para que os apóstolos cumprissem o mandamento do Senhor Jesus de levar o evangelho até os confins da terra foi necessário sacrifício, empenho e fiel dedicação. A renúncia a benéficos e conforto, o abandono de segurança e estabilidade e a prioridade dada à obediência e à confiança ao Senhor da seara, foram fatores decisivos para que o evangelho chegasse aonde chegou. Ao longo da história do cristianismo vemos os grandes homens e mulheres de Deus entregando suas vidas e gastando-as em lugares inóspitos e longínquos em função de um propósito – fazer conhecido o nome de Jesus Cristo. Os grandes missionários e heróis da fé anônimos realizaram uma obra gigantesca cujo testemunho será dado na eternidade. Ao olharmos tudo isso, entendemos que estes correram a sua parte na corrida e que agora o bastão chega às nossas mãos.
Sendo assim, de certo modo, a volta do Senhor encontra-se condicionada, não ao calendário, mas ao que fazemos com sua ordem de fazer o evangelho conhecido nos confins da terra, isto é, a responsabilidade de fazer chegar o amor de Deus no mais distante lugar onde alguém possa estar.
Particularmente, creio que Jesus está perto. A evidência dos sinais anteriores e o avanço maravilhoso do evangelho em nossos dias indicam que o relógio está andando e o plano de Deus se cumprindo. O que temos de fazer além de falar de Jesus? Primeiro crer no que diz o Senhor: “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém!” A segunda é desejar firmemente que tal se cumpra: “Ora vem, Senhor Jesus.” (Apocalipse 22.20). Amém Senhor!

Do seu Amigo e Pastor
Roberto da Silva Santos.

IBCT (Igreja Batista Central de Taguatinga)

sábado, 17 de abril de 2010

E a Bíblia Está se Cumprindo (7)

“A maldade vai se espalhar tanto, que o amor de muitos esfriará” (v.12). Na sua exposição sobre os sinais de sua volta, Jesus trata de mais uma questão marcante: a proliferação da perversidade influenciando o amor e enfraquecendo-o a proporções quase insignificantes.
Mais uma vez afirmamos que esta situação não é nova e Jesus não procura mostrar isso. O que Jesus fala é que a maldade cresceria. Nos dias de Noé, Deus se entristeceu tanto com a maldade humana que resolveu despejar o dilúvio sobre a terra, preservando a vida apenas do patriarca com sua família: “Quando o Senhor viu que as pessoas eram muito más e que sempre estavam pensando em fazer coisas erradas, ficou muito triste por haver feito os seres humanos. O Senhor ficou tão triste e com o coração tão pesado que disse: Vou fazer desaparecer da terra essa gente, que criei, e também todos os animais, os seres que se arrastam pelo chão e as aves, pois estou muito triste porque os criei.”(Gn 6.5-8). Após o dilúvio, a marcha da história da humanidade retornou o seu rumo, mas a narrativa bíblica e universal nos mostra o quanto o ser humano não se afastou de seus instintos perversos. O episódio da Torre de Babel (Gn 11.1-9) revela o desejo humano de chegar ao céu por meios próprios e independentes de Deus. Mais tarde, nos dias de Abraão, a indignidade e a perversidade das cidades de Sodoma e Gomorra irritaram a Deus de tal forma que foram destruídas com fogo caído dos céus (Gn 18.16-19.29). Nações perversas se levantaram e se sucederam na história. Maldades horríveis foram promovidas seja em nome da religião, seja da conquista de terras, seja por causa de possessões materiais e riquezas, ou mesmo por simples desejo de fazer pessoas sofrerem. A escravidão ao longo dos tempos, a mutilação de mulheres, o abuso dos mais fracos e crianças mancharam as páginas da história. Em seus dias, Jesus chegou a dizer que haveria mais rigor para com as cidades de Cafarnaum, Corazim e Betsaida do que para com Sodoma e Gomorra (Mt 11. 20-24) Mas não para aí. O que dizer das perversidades do Império Romano? Da vergonha das Cruzadas? Da Inquisição? Do imperialismo e do colonialismo e suas conseqüências para os povos que foram literalmente escravizados e roubados? O que dizer do nazismo, do Holocausto e da bomba atômica?
Ao olharmos as manchetes de hoje, no entanto, vemos o quanto a maldade chegou ao dia-a-dia das pessoas. Hoje, quarta-feira, leio na internet que um pai, no Espírito Santo, atirou suas duas filhas, uma de dois e outra de quatro anos, de uma ponte, num rio, por causa da separação da esposa. Os corpos ainda não foram encontrados e a dor continua nos corações. O que vemos na TV, o que lemos nos jornais, o que vivemos na nossa pele diariamente acusa o quanto a maldade tem se alastrado nos corações e nas vidas das pessoas. Vemos homicídios por causa de uma janela aberta num ônibus coletivo. Lemos dos terríveis abusos contra crianças, a pedofilia cometida por pais, padres e autoridades. Vemos a corrupção rasgada e autorizada. Vemos o aumento desgovernado das drogas. Vemos a imoralidade e a quebra de todos os valores morais. Creio que poderíamos usar as palavras de Jesus, afirmando que haverá muito maior rigor para com as cidades do Rio, São Paulo, Bagdá, Londres e outras do que se teve com Sodoma e Gomorra. Afinal, naqueles dias, não havia todas as modalidades de perversão, alternativas tecnológicas usadas largamente para a imoralidade e a tamanha criatividade de se fazer o mal e de causar sofrimento às pessoas como nos dias de hoje. Sim, a maldade tem tomado forma descontrolada como nunca antes na história.
Há uma conseqüência diante de tamanha situação: o amor de muitos se esfriando. Percebemos o crescimento nefasto do egoísmo. As pessoas pensam em si mesmas e não nas outras. Prejudicam, levantam calúnias, matam, manipulam. Na esfera espiritual, pouco se importam com os conselhos de Deus e sua vontade. Uma vez egoísta, busca o ser humano a dissensão e a divisão. Não consegue viver em comunhão porque luta para ter tudo para si. Daí a horrível situação do planeta – poucos com muito e muitos com muito pouco mesmo. A fome se alastra e afeta a parte mais frágil da população mundial. A riqueza se concentra e serve a poucos. Mortes e desgraças como as que atingiram o Chile, o Haiti, o Rio, e o terremoto que sacudiu a China nesta semana, comovem por apenas algumas horas os corações. Depois, tocamos a vida sem muitas preocupações ou remorsos. A fé se dilui e dá lugar a religiosidade vazia, ritualista e fria. O que passa a importar são os gritos, as palavras de ordem, as ações tresloucadas que não conferem com o ensinamento bíblico. Para muitos, isso é espiritualidade! Daí a busca por dinheiro, curas e prosperidade sem a preocupação com uma vida que realmente tenha compromisso com Deus – santidade, verdade, lealdade, submissão, temor de Deus. Encontramos igrejas cheias de pessoas vazias. Encontramos também igrejas cheias de conteúdo bíblico e de fé, mas vazias de pessoas que queiram sentar-se à mesa para comer do verdadeiro pão e beber do verdadeiro vinho de Deus. O ateísmo cresce e toma novos formatos com novos defensores que ganham influência e renome mundial. O espiritismo ganha as luzes e os refletores dos cinemas e das TVs como sendo verdades absolutas. Realmente, o amor de muitos tem se esfriado.
Embora o quadro seja dramático e a verdade da palavra do Senhor Jesus esteja se cumprindo, há uma forma de agir e viver nestes tempos. A primeira forma é viver a Palavra de Deus e dela não se afastar. Nada melhor que manter os olhos firmes nos ensinos, advertências e recomendações da Bíblia. Também é importante não permitir que o inimigo de nossas almas lance em nosso coração a impressão de que Deus é quem autoriza ou determina a maldade que vemos. Muitos lançam culpa para Deus, quando o real responsável pelo que vemos é o próprio homem que , instigado pelo diabo, realiza as mais terríveis barbaridades condenadas claramente por Deus. Mas também é importante manter um viver correto e coerente mesmo em dias difíceis. Um bom paradigma é Noé. Viveu em tempos de grande impiedade, mas foi chamado por Deus para ser exemplo em meio a uma geração perversa e condenada. Perseverou em sua fidelidade por cento e vinte anos. Suportou toda sorte de injúria e ridicularização. Foi alvo de piadas e ofensas. Mas quando as águas do dilúvio começaram a cair fortemente dos céus, as pessoas buscaram abrigo na arca que, no entanto já estava fechada pelas mãos de Deus. Bom seria se, no tempo certo, as pessoas tivessem entrado na arca. Bom será se, no “Dia do Senhor”, o dia da volta de Jesus, as pessoas estiverem preparadas para o encontro que não poderá ser evitado ou adiado. Hoje é o dia de voltar-se para Deus, pois a Bíblia está se cumprindo!

Do seu Amigo e Pastor
Roberto da Silva Santos

IBCT (Igreja Batista Central de Taguatinga)

domingo, 11 de abril de 2010

E a Bíblia Está se Cumprindo (6)

Disse Jesus: “Numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos” (Mateus 24.11). Este o sexto sinal que antecede os acontecimentos finais e a volta do Senhor. Refere-se “profetas” que ensinarão lições, conteúdos, matérias e caminhos errados, cujo resultado será a confusão e o equívoco. A idéia que Jesus expressa é a do surgimento de líderes falsos, mestres que trazem engano, personalidades que apresentam esperanças falsas como se de Deus fossem, como se tivessem respostas para as angústias humanas, ainda que nada tenham com a questão espiritual, como se o caminho que apresentassem fosse confiável.
É claro que ao dizer isso, o Senhor Jesus fala de aumento do aparecimento e não de súbito aparecimento de situações como essas. Ao longo dos tempos a história tem registrado inúmeros mestres que apresentaram maravilhosos mundos novos que, na verdade, se constituíram em grandes decepções. Logo após a morte e ressurreição de Jesus, Jerusalém viu as palavras do Senhor se cumprindo na grande desolação que sofreu. Rebeliões e levantes insuflados por radicais judeus fez acender a ira de Roma contra a cidade. A proximidade de tropas e a fúria romana fez levantar diversos “profetas” que, subornados, tentavam convencer o povo que a luta era necessária, segundo registrou Josefo em sua narrativa sobre a história dos judeus. Esperanças falsas e que resultaram em destruição. Desde então, profetas proclamaram a validade das Cruzadas, da morte de ímpios como preço para a reconquista da terra prometida como passaporte para o céu ou ainda a renúncia de direitos em nome de soberanos supostamente colocados por Deus para reinar.
Ao longo dos tempos filósofos pregaram falsas esperanças de um mundo que, ora poderia ser plenamente consertado, seja pelo comunismo, seja pelo positivismo, seja pela negação de toda forma de verdades e absolutos. Nações acreditaram que sua hegemonia mundial celebraria o nascimento de um mundo diferente e perfeito, seja pelo império napoleônico, seja pelo imperialismo britânico, ou pelo poder norte-americano. Líderes mundiais pregaram mensagens cheias de esperança que resultaram em tragédias e feridas eternas, dentre os quais destacamos Hitler. Grandes sistemas religiosos foram tecidos na expectativa de darem esperança ao homem como o budismo e a sua busca pessoal e independente de Deus ou de qualquer outra divindade de sua própria salvação; o espiritismo de Kardec, que busca a negação de um encontro com Deus, uma vez que não admite a verdade plena da Bíblia e do Juízo(uma vez que acredita que homem alcança sua purificação pelas sucessivas reencarnações, dispensando com isso o sacrifício de Jesus, a afirmação de Hebreus 9.27 e as palavras de Jesus sobre a vida após a morte); o islamismo, nascido como religião de força e imposição e que impôs sua fé a diversas nações e povos; o cristianismo falso e vazio que se estabeleceu ao longo dos séculos, mais preocupado com o poder político e secular, com a imposição da fé institucional, como em muitos lugares e do abandono dos verdadeiros preceitos de Cristo.
Uma olhada para o passado recente nos dá uma clara visão da existência de muitos falsos mestres que com as suas falsas esperanças afastaram o ser humano de Deus e de sua verdadeira mensagem. Mas o que vemos nos dias de hoje? Vemos que esse quadro tem se intensificado ainda mais.
Os casos de radicalismo religioso com homens e mulheres cheios de explosivos, matando inocentes em diversas partes do mundo têm sido produzidos por falsas esperanças de um céu cheio de glórias e agradecimento por seus crimes. A economia encontra-se mergulhada na aventura neoliberal, devastadoramente escravizante, fruto do fracasso do comunismo e de outras propostas que não se sustentaram. A política encontra-se mergulhada no descrédito, dando lugar a esperanças que possam surgir de qualquer lado. Quantos olham ainda para Barack Obama como “o homem que nos faz poder”? Quantos acreditam nas boas intenções do líder lunático do Irã? Nem é preciso falar de nosso país! O misticismo cresce, o avanço do islamismo com sua veia violenta e de expansão programada para dominar de fato o mundo é observada por todos; os movimentos esotéricos crescem apoiados por filmes, novelas de TV, literatura voltada para crianças e adolescentes, jogos e diversões com suas mensagens ocultas e abertas, bandas e grupos musicais que garantem adeptos por meio de sua popularidade e carisma. Cresce o espiritismo, o misticismo, o ocultismo e o satanismo (chamados docemente de “espiritualismo”). Cresce a fé na ciência e no banimento de Deus de todos os círculos chamados “pensantes”. A possibilidade de recriar o “Big bang”, a viabilidade da clonagem humana, a partir do animal, os avanços científicos e tecnológicos dão ao homem a falsa esperança de que, tendo este domínio, suas vidas encontram-se seguras e dispensadas de pensar em Deus e, muito menos, de encontrar-se com ele um dia. Na verdade, em conexão com a advertência de Jesus sobre o surgimento de falsos “cristos”, vemos a religião caindo em grandes contradições – católicos sofrem o constrangimento de verem seus padres mergulhados na mais podre perversão, a pedofilia, sob o silêncio covarde e conivente de suas principais autoridades. No meio chamado evangélico, a proliferação de igrejas que estão mais preocupadas com dinheiro, emissoras de rádio e TV, eleição de candidatos e manipulação de massas cresce assustadoramente. Há uma troca: ofertas dadas por riquezas em abundância. Alguns se agarram à fé, outros buscam caminhos repletos de falsos mensageiros com falsas mensagens. “E numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos”.
O falso profeta se aproveita do desejo do homem de resolver seu próprio destino e encontrar esperança a qualquer preço. Aproveita-se, também, do desejo do homem de fugir de prestar contas diante de Deus, assim como Adão teve a esperança de que, escondendo-se na moita, não seria visto pelo Senhor. Se o falso profeta apresentar sinais, milagres, palavras tocantes e atos poderosos, melhor ainda! O engano está completo!
Jesus se preocupa em nos alertar. Deseja que estejamos atentos aos falsos profetas que se encontram dentro e fora das igrejas. Falsos profetas que pregam mensagens de cunho religioso ou não. O que revela a sua falsidade é o oferecimento de esperanças que afastam o homem de Deus e da mensagem do evangelho de Jesus Cristo. Militar na política, desvendar o pensamento, buscar respostas, desfrutar a ciência e seus avanços, lutar por justiça e paz social – são ações cabíveis e que não afastam jamais o homem de Deus e do evangelho de Cristo, desde que não se deixe seduzir pelos apelos dos “falsos profetas” que fazem disso e muito mais a razão de ser do ser humano e sua esperança final. O objetivo com isso é fazer o ser humano soltar as mãos do seu Criador, deixar de depender dele, recusar a salvação em Jesus. Esteja atento. Cuidado. Não se deixe enganar.

Do seu Amigo e Pastor
Roberto da Silva Santos.
(IBCT - Igreja Batista Central de Taguatinga)

sábado, 3 de abril de 2010

E a Bíblia Está se Cumprindo (5)

Quem quer sofrer por Cristo? Essa não é das melhores perguntas para se fazer e, muito menos para se responder. Vivemos dias em nosso país, particularmente, que viver com Cristo significa ter abundância, prosperidade, vida tranqüila e vencedora, sucesso e saúde. O carro do ano na garagem e o apartamento dos sonhos é lei. Ser cabeça e não cauda é uma exigência. Ter jóias e recursos abundantes nem se fala. Essa é a forma de ver e viver de muitos cristãos de nossos dias, segundo a “teologia da prosperidade”. Mas, será isso o que Jesus ensinou?
O quinto conjunto de sinais que Jesus revelou para os seus discípulos que seriam o prenúncio de sua volta é o que vemos no verso 10 de Mateus capítulo 24 e que diz assim: “Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão”.
Não podemos analisar esse sinal sem voltarmos nossos olhos para o sinal anterior: uma grande perseguição aos filhos de Deus. No último artigo falamos dessa questão e demonstramos que a perseguição é uma realidade clara de nossos dias aos cristãos em diversos pontos do planeta. Pode não ser uma realidade tão presente em termos de perseguição agressiva como e outros países, mas, ainda assim, é real. Como decorrência dessa perseguição, vem um segundo momento que compõem esse quadro: o afastamento de muitos de sua fé em Cristo. Afinal, voltamos para a questão primeira com a qual iniciamos o presente artigo: Quem quer sofrer por Cristo?
Ao falar sobre a perseguição, Jesus adverte que ela resultaria em três situações muito dramáticas: aflição, homicídio e ódio. Por causa do nome de Jesus seremos inevitavelmente perseguidos, afligidos, odiados e, quem sabe, mortos. Muitos já o são em seu trabalho, em casa ou na vizinhança. Não em larga escala porque ainda vivemos em um país onde há liberdade religiosa. Mas essa facilidade tem sido gradualmente solapada por meio de leis que passam silenciosamente pela Câmara e pelo Senado muitas vezes e por outras que aguardam o melhor momento para entrarem em cena. Somos hoje e seremos mais ainda perseguidos por causa do nome de Cristo. O tempo da tomada de posição, da definição clara sobre nossa vida com Deus está chegando isto porque o tempo do Juízo se aproxima. Não devemos nos iludir. A mensagem equivocada de uma prosperidade inabalável, de segurança plena nesta vida contrasta com a verdade da Palavra de Deus e com o curso normal da história. Caso tenha dúvidas, dê uma olhada em Apocalipse e comprove.
O mundo se opõe ao evangelho e sua mensagem. Opõe-se a Cristo e sua salvação. Então, Jesus adverte que, chegando a perseguição, muitos deixarão o Evangelho, abandonarão a fé e revelarão o que na verdade sempre foram – pessoas que estavam na igreja mas que não possuíam uma real experiência com Jesus. Nos primeiros tempos do cristianismo, o historiador Tácito escreveu sobre a traição de cristãos que temeram o martírio: “Primeiro eram presos os que confessavam ser cristãos e, com base na informação desses, era certo chegar-se a uma multidão” (Tácito, Anais 15:44). A História da Igreja mostra que muitos cristãos temendo enfrentar os leões, os cães ferozes, as arenas onde eram martirizados ou outras formas de tortura, negavam sua fé e entregavam seus irmãos. Muitos, abrandada a perseguição, até voltavam, mas tinham de passar longo tempo fora da igreja até que provassem seu arrependimento. Nos países onde a perseguição tem sido violenta e agressiva não apenas lances de fé e coragem tem acontecido. Muitos têm traído seus irmãos, sua igreja e Jesus Cristo por medo, por favores, por não suportarem a idéia de sofrer por Jesus ou porque nunca tiveram real experiência com o Senhor.
Mas, o que dizer de nossa realidade? Não temos uma perseguição tão ostensiva e clara, temos? É verdade que não temos pois ela é sutil e discreta, conquanto aconteça. Mas vamos pensar juntos: Se necessário fosse sofrer por Jesus, perder o seu cargo ou o seu emprego por causa de Jesus, entregar sua segurança por causa de Jesus, ser rejeitado por seus familiares e negado por amigos também por causa de Jesus, o que você faria? Afirmaria a sua fé em Cristo ou negaria o Senhor? Entregaria seus irmãos ou aceitaria beber o cálice que o Senhor bebeu? Se pensarmos que hoje, sem qualquer perseguição ou dificuldade há os que se aborrecem com Deus e deixam sua fé esfriar porque o resultado do concurso não foi satisfatório; se considerarmos que há os que não são capazes de ir ao culto da noite porque está chovendo ou porque não gosta de deixar o carro novo alguns metros depois do templo; se considerarmos que há os que entre o culto e o jogo de futebol preferem este último; se levarmos em conta os que negam a Cristo diante de uma sala de aula ou de um grupo de amigos, podemos então perceber que o que Jesus falou é a plena verdade: “Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão”. Se hoje por questões menores há aqueles que preferem deixar Jesus e a sua igreja de lado, imagine só se deles for exigido o sofrer e por em risco a própria vida por causa de Cristo!
Se hoje ligarmos nossa TV, veremos muitos pregadores com a Bíblia na mão pregando uma mensagem bastante atraente: cura, prosperidade e sucesso. Mas alguns anos atrás, ouvi um brilhante pregador, Dr.Richard Baxter, fazendo uma bela exposição sobre Jó e seu livro. Em sua última mensagem da série ele fez, na última palavra que deu, antes de orar e terminar, a seguinte pergunta: “E se você, como Jó, perdesse tudo – os bens, os filhos, a saúde, os amigos, a própria dignidade ao ter de rolar na cinza cheio de dor e feridas – continuaria adorando e servindo a Deus?”
Na seqüência da perseguição vemos a traição, o abandono da fé e o afastamento de muitos. De que lado você estará? Com Cristo ou longe dele? E se hoje as respostas de suas orações não chegarem e as promessas de prosperidade não se cumprirem em sua vida, você continua com Cristo ou o abandona? Se existir alguma dúvida, passe pela cruz novamente. Contemple o sacrifício de Jesus na cruz. Entregue seu coração de fato nas mãos do Senhor. Isso será suficiente para estar com Jesus em qualquer situação. Uma família estava sendo martirizada por muçulmanos radicais. O marido, diante de seus filhos e esposa se recusava a negar Jesus. Por fim, um buraco foi aberto e todos foram postos ali. Os homens foram enchendo de terra aquele buraco com a família dentro. Ao ver que a terra já quase cobria o filho menor, o pai em lágrimas ameaçou atender a ordem de seus algozes, mas ouviu as palavras firmes de sua esposa: “Não faça isso! Lembre-se de Jesus!” Apesar de mortos, seu testemunho ecoou e, certamente, foi coroado nos céus. Lembremos de Jesus!

Do seu Amigo e Pastor
Roberto da Silva Santos

(IBCT - Igreja Batista Central de Taguatinga)