http://en.wikipedia.org/wiki/File:Wormandwaterbear.jpg |
Alguém já ouviu falar do superfilo ecdysozoa? É um superfilo interessante que contém diversos e bastante variados animais. No link supracitado há diversas informações básicas a respeito desse vasto grupo. Assim sendo, não irei me ater à explicações longas das peculiaridades ou generalidades do grupo. Quero me abordar apenas duas espécies: Hypsibius dujardini e Haemonchus contortus. Ter lido o artigo "A Origem dos parasitos", do Dr. Ariel Roth, publicado no número 22, páginas 33 a 43, da Folha Criacionista me fez pensar e repensar diversos conceitos.
O H. dujardini é um animal muito interessante. Basa uma pequena busca no Google sobre ele e verás o quão fantástico é esse pequeno animal que vive nos musgos. É extremamente resistente às adversidades do meio ambiente. Por exemplo, é capaz de resistir à uma exposição de 2700 Gr de radiação, enquanto um humano suporta apenas 100 Gr. Cientistas deixaram alguns deles expostos à radiação cósmica e ao vácuo espacial e eles ainda foram capazes de se reproduzir. Temperaturas próximas ao zero absoluto não fazem cócegas nele. Mergulhos em água à 200 graus centígrados por algum tempo nem o arranham. Alguns cientistas colocam que em questão de resistência, é o animal mais resistente. Em longevidade, por ultrapassar 120 anos de idade. Isso chega a parecer um absurdo, mas é verdade. Esse animal foi projetado para ser incrivelmente resistente às mais absurdas situações extremas e lesivas.
Já o H. contortus é um verme totalmente diferente. Possui uma fase de vida livre e outra de vida em um hospedeiro, ovino ou caprino. Esse parasita é o objeto de estudo do meu curso de mestrado. Durante a fase de vida livre, esse verme não possui muita resistência às dificuldades do ambiente. Basta pequenas variações na temperatura para desestabilizar e fazer que morram as larvas. Comparando a estrutura desses dois animais, observa-se que o H. dujardini é bastante complexo. Possui oito pernas no total, e na ponta de cada uma delas garras. Possui um planejamento incrível. Já o H. contortus apresenta estruturas muito mais simples, similares às de uma minhoca. Na fase de vida livre ainda possui uma cauda, que logo é perdida quando do início da fase dentro do hospedeiro. E o que isso pode nos ensinar?
Bom, antes disso, falemos de informação genética. Imaginem um jogo de cartas. Cada carta é uma informação em si. Assim, pode-se embaralhar as cartas da forma como quiser, mas não se pode acrescentar cartas de "lugar nenhum", do ambiente externo, ou de qualquer outro lugar, pois é ilógico. Entretanto, pode-se perder algumas cartas, ou seja, pode-se perder informação, mas nunca ganhar. De modo semelhante, assim ocorre com a informação genética: ela pode ser embaralhada e até mesmo perdida (via mutações, que são extremamente deletérias), mas não pode simplesmente surgir, ou seja, como que ela irá brotar para aumentar a complexidade ou acrescentar nova informação? Isso é filosoficamente um equivoco sem tamanho. Nesse caso, seria um verdadeiro milagre, e o objetivo desse texto não é abordar milagres religiosos, e sim aspectos científicos.
Vale ressaltar também a questão de mudança de espécie. A EMBRAPA, por exemplo, conseguiu desenvolver cultivares de uva que não possuem sementes. Por não possuir sementes, o fruto, a planta, deixou de ser uva? Não. Não houve mudança de espécie pela supressão ou perda da informação genética para produção de sementes. Dessa forma, pode ser que inicialmente quando foi projetado, o H. contortus não era um parasita, mas sim um comensalista. Ao invés de causar dano ao hospedeiro, eles se ajudavam mutualmente. Mas, por perder informação genética, ele foi se tornando mais simples e mudando características a respeito da sua própria fisiologia, passando assim a causar dano aos animais. Isso é bastante plausível, visto que esse parasita habita o estomago químico desses animais, tendo assim uma cutícula própria e irredutivelmente complexa para suportar a acidez estomacal específica de ovinos e caprinos. E semelhantemente ao exemplo da uva, não houve mudança de espécie, não houve "evolução"; muito pelo contrário, corrobora grandemente para o Design Inteligente.
Assim, um parasita, por ter acesso ao alimento de forma mais fácil, teria um gasto enérgico excessivo caso desenvolvesse estruturas demasiadamente complexas de locomoção, por exemplo, visto que ele não precisa se locomover muito para ter acesso ao alimento. Da mesma forma, um verme de vida livre tem que ter estruturas mais complexas para se locomover, etc. Assim, é plausível que o H. contortus tenha perdido informação genética no tempo, enquanto o H. dujardini a manteve.
Edgard MacFraggin'
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