Chegamos ao verso 14 de Mateus 24. Nessa altura, Jesus declara mais um importante sinal de sua volta ao afirmar: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, então virá o fim”. Esta uma clara afirmação de que a volta do Senhor será precedida de um anuncio completo e abrangente de sua mensagem aos corações.
Este sinal é interessante porque rearruma em nossas mentes uma errada concepção sobre a volta de Jesus. Muitas vezes associamos a volta do Senhor a uma data de calendário, a um período específico da história ou a um momento que pode ser descoberto após minuciosos estudos. Não é uma inclinação só nossa, foi também a dos apóstolos. Pouco antes da ascensão do Senhor, os apóstolos perguntaram “quando” o reino de Israel seria restabelecido. A pergunta é: “quando o seu reino será estabelecido?” Ao longo dos tempos, a mesma pergunta vem se repetindo. Alguns já tentaram estabelecer datas, eventos e situações que pareciam apontar para o “fim dos tempos” e a volta de Jesus. Todas as previsões feitas falharam. Mesmo a mais clássica de todas, a de que de “dois mil” a humanidade não passaria, falhou fragorosamente, gerando dúvidas, descrédito e a falsa segurança de que nada mais aconteceria. Mas, se voltarmos aos apóstolos, perceberemos a palavra do Senhor ao dizer que as datas pertenciam a Deus, isto porque a preocupação de Deus não está no relógio, mas em que o circuito por ele definido seja cumprido antes da volta de Jesus, e o seu circuito é simples: o evangelho deveria ganhar Jerusalém, alcançar a Judéia, avançar pela Samaria e conquistar os confins da terra. Assim sendo, a questão não é de calendário, mas da chegada da palavra aos corações. E essa tarefa foi-nos entregue pelo Senhor.
Hoje, num mundo de 6,5 bilhões de pessoas, pelo menos 2 bilhões nunca ouviram falar sequer o nome de Jesus. Isso aponta claramente para uma grande tarefa que temos pela frente na continuidade da ordem de Jesus de chegarmos aos confins da terra. Por outro lado, se a tarefa parece quase inatingível, devemos lembrar que a maior parte do mundo alcançado até hoje o foi em tempos de tecnologia muito inferior a que temos hoje. Bem sabemos que o fenômeno da Internet e das comunicações com alta qualidade e rapidez tecnológica é coisa recente. O período de maior avanço evangelístico se deu em tempos em que o recurso mais avançado era o rádio, inicialmente e, muito mais recentemente, a televisão. E com toda a limitação que a ausência de tecnologia impunha, chegamos a cobrir dois terços da população mundial com o conhecimento da Palavra de Deus. Será que demoraremos tanto tempo assim para que alcancemos o terço que falta? Depende de nosso esforço, compromisso e vontade de ver pessoas salvas por Cristo.
A promessa do Senhor já tem se cumprido quando vemos inúmeros lugares antes inalcançáveis sendo atingidos pelo Evangelho. Ficamos felizes pela tradução da Bíblia para incontáveis idiomas. Ficamos empolgados quando vemos a internet encurtando distâncias e vencendo barreiras, permitindo que o evangelho chegue a diversos lugares. Na verdade, temos duas grandes barreiras ainda: a primeira diz respeito a cultura, raça e religião. Isso requer esforço, estudo, aprofundamento transcultural e entendimento de meios mais adequados para transmitir o evangelho, sem agressões ou conflitos desnecessários e indevidos. A segunda grande barreira está dentro de nós mesmos, a saber, a nossa acomodação e falta de vontade de continuar cumprindo o roteiro do Senhor. Para que os apóstolos cumprissem o mandamento do Senhor Jesus de levar o evangelho até os confins da terra foi necessário sacrifício, empenho e fiel dedicação. A renúncia a benéficos e conforto, o abandono de segurança e estabilidade e a prioridade dada à obediência e à confiança ao Senhor da seara, foram fatores decisivos para que o evangelho chegasse aonde chegou. Ao longo da história do cristianismo vemos os grandes homens e mulheres de Deus entregando suas vidas e gastando-as em lugares inóspitos e longínquos em função de um propósito – fazer conhecido o nome de Jesus Cristo. Os grandes missionários e heróis da fé anônimos realizaram uma obra gigantesca cujo testemunho será dado na eternidade. Ao olharmos tudo isso, entendemos que estes correram a sua parte na corrida e que agora o bastão chega às nossas mãos.
Sendo assim, de certo modo, a volta do Senhor encontra-se condicionada, não ao calendário, mas ao que fazemos com sua ordem de fazer o evangelho conhecido nos confins da terra, isto é, a responsabilidade de fazer chegar o amor de Deus no mais distante lugar onde alguém possa estar.
Particularmente, creio que Jesus está perto. A evidência dos sinais anteriores e o avanço maravilhoso do evangelho em nossos dias indicam que o relógio está andando e o plano de Deus se cumprindo. O que temos de fazer além de falar de Jesus? Primeiro crer no que diz o Senhor: “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém!” A segunda é desejar firmemente que tal se cumpra: “Ora vem, Senhor Jesus.” (Apocalipse 22.20). Amém Senhor!
IBCT (Igreja Batista Central de Taguatinga)
Nenhum comentário:
Postar um comentário