Nos artigos anteriores falamos sobre a presença de falsos “cristos” e de grande violência no mundo por meio de guerras e muitas mortes como sinais da volta de Jesus. Agora, falamos da natureza em fúria e suas conseqüências, o próximo sinal citado pelo Senhor. Jesus ao alertar seus discípulos sobre sua volta fala de acontecimentos que marcariam a caminhada da humanidade rumo ao desfecho da história. Ao considerá-los hoje, não significa dizer que nunca existiram e que, como novidade de nossos dias, passaram a existir. Falsos “cristos” e guerras sempre existiram. Nestes dias finais, todavia, esse fenômeno seria intensificado. O mesmo com respeito aos acontecimentos que envolvem a natureza. O primeiro desastre a que Jesus se refere está ligado à fome. É fato que ela sempre existiu e nos dias posteriores às palavras de Jesus foi atestada pelos relatos bíblicos e históricos, seja motivada pelas guerras, seja motivada por questões climáticas e ambientais. Quando olhamos para os dias atuais, no entanto, percebemos o terrível agravamento desse flagelo. Apesar de o mundo ser totalmente diferente do que nos dias de Jesus, com técnicas de produção avançadíssimas, descobertas tecnológicas inovadoras e revolucionárias e tamanha compreensão sobre direitos humanos e o valor da vida, vemos que o problema da fome parece agravar drasticamente. Hoje, cerca de 100 milhões de pessoas no mundo estão sem teto. Temos em nosso planeta uma massa de 1 bilhão de analfabetos, o que influencia necessariamente o desenvolvimento de povos, deixando no atraso inúmeros países ou regiões do globo. A pobreza e a subnutrição crônica ou grave atingem a 1,1 bilhão de pessoas no mundo. Um quadro tão nefasto ocasiona uma conseqüência assustadora sobre a vida das crianças: 150 milhões de crianças com menos de 5 anos encontram-se subnutridas – equivalendo a uma criança em cada três no planeta. Além disso, e, muito mais grave ainda, 5 milhões de crianças com menos de cinco anos morrem por ano, em decorrência da fome, o que equivale a 1 morte a cada 5 segundos! Jesus fala da fome que seria terrível no fim dos tempos e em Apocalipse essa fome é representada pelo “Cavalo Preto” (Ap 6.5,6) cujo cavaleiro tinha uma balança nas mãos anunciando preços elevadíssimos de itens alimentares básicos para a sobrevivência do ser humano. A Bíblia antecipa que, mesmo com dinheiro na mão, seria impossível comprar. Hoje se sabe que há sim capacidade de produção de alimentos para todas as pessoas no planeta, o que falta é um sistema justo, vontade política e o fim da maldade. Chegará o tempo do colapso e a fome vai reinar. Dentro desse quadro, Jesus fala de doenças. Estas são vistas em toda a história humana, é verdade, mas seriam agravadas nos últimos dias. Em tempos passados, o ser humano encontrava-se indefeso diante de grandes pestes e doenças que vitimavam multidões. Desde a Antiguidade, passando pela “peste negra” (ou peste bubônica) que dizimou milhões de pessoas já na Idade Moderna, chegamos a outros momentos delicados como a cólera, nos séculos 19 e 20 que chegou a dizimar milhões de pessoas. No início do século 20, a “gripe espanhola” matou entre 50 e 100 milhões de pessoas; mais tarde, a “gripe asiática” vitimou algo em torno de 1,5 milhão de pessoas e, mais recentemente, a “gripe suína”, a Influenza ou a H1N1 já matou em torno de 14 mil pessoas, sendo ainda uma preocupação em nosso país, exigindo, inclusive, a vacinação que neste momento acontece. Isso sem falar na “dengue”, doença pandêmica infecciosa tipicamente urbana, a febre amarela e a malária, de ambientes rurais, que são responsáveis por grandes preocupações em nosso país e no mundo. Outras doenças, que pareciam controladas, surpreendem. A tuberculose, só em 2006, alcançou 9,2 milhões de casos, levando 1,7 milhão à morte, segundo a Organização Mundial de Saúde. Cerca de 5 milhões de brasileiros são portadores do vírus da hepatite C e 1,7 milhão do vírus da Hepatite B, doenças graves e de conseqüências altamente danosas. Muitos nem sabem que se encontram atingidos pela enfermidade. A AIDS, bastante falada e desmistificada pelas incontáveis propagandas, não deixa de ser a grande vilã de nosso tempo. A “síndrome da imunodeficiência adquirida” é uma epidemia global causada pelo vírus HIV. Já matou 25 milhões de pessoas no mundo nos últimos vinte anos, o que representa cinco mil e setecentas mortes por dia. São 60 milhões de pessoas infectadas! Doença que avança, inclusive, na faixa da terceira idade, após o advento do “viagra”. Os ricos podem evitar a fome, mas não podem fugir das enfermidades que a todos atinge. É o “Cavalo Amarelo” de Apocalipse 6.8 que parte para dizimar a quarta parte da humanidade. Mas Jesus fala também de terremotos. Somente neste primeiro trimestre dois grandes terremotos sacudiram o Haiti e o Chile. No Haiti, ocorrido em 12 de Janeiro, cerca de 200 mil pessoas morreram e a capital Porto Príncipe foi devastada. No Chile, o terremoto de magnitude 8,8 devastou o centro-sul do país em 27 de fevereiro afetando quase 2 milhões de pessoas e matando mais de setecentas pessoas, seja pelos tremores, seja pelo tsunami que varreu vilas litorâneas. O terremoto, de tão forte, deslocou o eixo da terra e encurtou a duração dos dias na terra em 1,26 microssegundo (1 microssegundo equivale a milionésima parte de um segundo – algo imperceptível, é verdade). Isso sem contar as enchentes na Europa, os alagamentos em São Paulo (com mais de cinqüenta mortes), os deslizamentos ocorridos em Angra do Reis, no Rio de Janeiro, e a destruição de uma cidade inteira, a cidade de São Luiz do Paraitinga, em São Paulo em decorrência das chuvas fortes, além de, é claro, terremotos em Pernambuco e de um tornado no Jardim Ocidental, ao lado de Brasília, na semana passada, tudo dentro do primeiro trimestre do ano. Repito: Jesus não fala de novidades, mas de agravamento de situações. E é nisso que vemos o cumprimento da Palavra de Jesus: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir” (Mt 24.13). O que fazer então? Estar em comunhão com o Senhor, andar com ele, viver para ele. Seguir a vida, os planos, os estudos e o trabalho, mas deixando a vida em ordem e o coração preparado para o grande e esperado “Dia do Senhor”. Obs.: Pandemia – quando a doença está amplamente disseminada, atingindo várias regiões e países. Endemia – quando a doença incide de modo significativo e habitual em determinada região, por exemplo, a malária na região da Amazônia. Do seu Amigo e Pastor Roberto da Silva Santos (IBCT - Igreja Batista Central de Taguatinga) |
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