Vamos olhar o noticiário de hoje e de ontem? O grande pregador Billy Graham declarou enfaticamente que “podemos ler a Bíblia com um jornal do dia ao lado”. Para ele, os fatos do cotidiano revelam a certeza e verdade da Palavra de Deus e o seu cumprimento. Jesus, ao ensinar seus discípulos sobre a sua volta, apresenta os sinais que precederiam o tempo do fim, numa preparação para a sua volta e o Juízo Final. Na última semana falamos sobre o primeiro sinal – o aparecimento de “falsos cristos” e “falsos messias”, isto é, religiões, religiosos e propostas religiosas que aparentemente apresentam a mensagem do evangelho, só que de forma enganosa e fraudulenta, afastando e desviando pessoas da verdade em Cristo Jesus. Agora, Jesus apresenta um segundo sinal que passamos a considerar: “Vocês ouvirão falar de guerras e de rumores de guerras, mas não tenham medo. É necessário que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra nação, e reino contra reino” (Mateus 24.6,7 a). Desde muito tempo, a história da humanidade tem sido manchada pelos conflitos armados que tem dizimado tribos, povos, etnias e países. Falar em guerra nos dias de Jesus não era algo novo ou tão surpreendente assim. Os judeus já haviam se envolvido em diversas delas. O que Jesus alerta não é para algo que não existia e passaria a existir. Fala da intensificação de um flagelo que faz o homem destruir-se a si mesmo em nome de territórios, de riquezas nacionais, de imposição de uma imaginada superioridade étnica e religiosa ou ainda por questões comerciais, marca decisiva das guerras de nosso tempo. Se fixarmos nossos olhos apenas nos Séculos 20 e 21, veremos que as guerras têm sido presença marcante em nossos noticiários. Na abertura do Século 20, a Primeira Guerra Mundial dizimou mais de dez milhões de pessoas, deixando cerca de trinta milhões de feridos e inválidos, além de uma grande chaga que preparou o mundo para novos conflitos localizados que resultaram na Segunda Guerra Mundial. Esta, com novos recursos bélicos e tecnológicos, fechou seu mórbido balanço tendo vitimado cerca de cinqüenta milhões de pessoas, aproximadamente. Populações civis, crianças, militares; países perderam partes consideráveis de sua população, como a Polônia, que perdeu 20%. Algo em torno de 5,8 milhões de judeus foram exterminados por Hitler e países como União Soviética, China, Alemanha, França, Estados Unidos, Japão e Itália, perderam contingentes gigantescos nos campos de batalha ou em decorrência da Guerra. Lembro-me quando criança, nos anos setenta, da Guerra do Vietnã. Lembro-me das notícias que via na TV em preto e branco e dos horrores que eram mostrados. Na guerra, aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas, do norte e do sul, morreram, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos que foram arrastados para a guerra com a propagação do conflito, e de cerca de 50 mil soldados dos Estados Unidos. No fechamento do Século 20, o terrível massacre de Ruanda, África, vitimou oitocentas mil pessoas da etnia tútsis que, atacados covardemente pelos da etnia hútus, não tiveram tempo de esboçar reação. No último final de semana, na Nigéria, um massacre promovido por muçulmanos, matou 528 cristãos, entre mulheres, homens e bebes, a golpes de facão. Depois de mortos, foram esquartejados e queimados. Na Nigéria desde 1999 já morreram cerca de 14 mil pessoas em função de conflitos étnicos e religiosos. Outros países da África enfrentam o mesmo quadro de tensão, como o Sudão, que no ano passado enfrentou um massacre de 185 pessoas que foram mortas por questões étnicas. No Irã em janeiro, o governo anunciou que julgará e poderá enforcar sete líderes da minoria religiosa bahai, presos desde 2008. Cerca de 250 integrantes dessa minoria foram executados desde a Revolução Islâmica de 1979. A perseguição às minorias bahai, cristã e judaica, tem sido amplamente denunciada por organizações internacionais. Aliás, o governo do Irã nega, inclusive, o Holocausto, dentre suas muitas violações e violências praticadas contra as minorias naquele país. O Afeganistão agoniza por oito anos com uma guerra sem vencedores. Até o final do ano passado, nesse país, eram setenta e cinco mil soldados de forças internacionais de 42 países diferentes. Os Estados Unidos estão enviando mais soldados para o Afeganistão agora em 2010. Só no ano passado morreram cerca de 2.412 civis em meio à guerra. O quadro não é diferente no Iraque. Desde 2003, dados oficiais dão conta de que cerca de 100 mil civis morreram no conflito e seus desdobramentos. Fontes extra-oficiais, no entanto, afirmam que o número real chaga a 1 milhão de mortos! Guerras e rumores de guerras! Nação contra nação! Isso não nos lembra o alerta de Jesus? O que Jesus nos ensina é que devemos observar os sinais dos tempos com atenção e reverência. Não é o caso de deixar o coração “turbar” – ficar amedrontado, perturbado ou confuso. É caso de analisar o que acontece e considerar as palavras do Senhor. A violência mundial tende a acentuar. E isso não é porque Deus assim o quer, mas devido a teimosia e obstinação do ser humano em fazer o mal para si mesmo e para o seu próximo. É resultado de um persistente afastamento de Deus e de seus conselhos. O que Jesus faz é apenas antever os rumos inexoráveis do mundo e de nossa civilização. Mesmo assim, há de se notar dois detalhes importantes. Apesar de toda a violência, Jesus adverte que ainda não é o fim, pois faltam alguns sinais. Segundo, mesmo com todo o quadro caótico Deus continua no controle de todas as coisas. Seu propósito não será frustrado e seu relógio não será adiantado ou retardado. Todo poder, no céu e na terra, está nas mãos de Jesus. Por fim, devemos lembrar que a esperança dos que crêem em Cristo é o novo céu e a nova terra. Então, trabalhemos enquanto é dia, façamos diferença neste mundo com uma vida honesta, correta e que abomina e combate o mal, a violência, toda a injustiça. Vivamos de um modo tal que todos possam perceber que, em Cristo, há verdadeira esperança aqui e na eternidade. Do seu Amigo e Pastor Roberto da Silva Santos (IBCT - Igreja Batista Central de Taguatinga) |
Nenhum comentário:
Postar um comentário