Os artrópodes (insetos, crustáceos, aracnídeos, etc) são animais incríveis! Têm enorme importância dentro dos ecossistemas aos quais pertencem: seu espectro de ação vai de alimento até fazer a “limpeza” do ambiente. São animais lembrados até mesmo na Bíblia (a “formiguinha” em Provérbios, os gafanhotos destruidores em Joel e os insetos das pragas egípcias descritas em Êxodo). Mas acima de todas as coisas, os artrópodes são animais criados por Deus, e Ele viu que era tudo muito bom!
Mas o que mais me chama atenção nesses animais é o Exoesqueleto. Este é uma estrutura externa, muito resistente, semelhante a uma armadura e que é o “esqueleto” dos artrópodes. E isso é incrível: o Exoesqueleto não serve exclusivamente para proteção dos animais, serve também para diminuir perda de água excessiva, sustentação e locomoção! Deus foi um maravilhoso designer naquele período da Criação! Tudo é perfeito! Tudo funciona! Nada foi aleatório!
Entretanto, o Exoesqueleto acaba por causar uma limitação: os artrópodes precisam se “livrar” deles para poder crescer. O Exoesqueleto não cresce e, no mundo natural, ser grande pode ser o que torna um animal um predador e não uma presa. A troca do Exoesqueleto é conhecida como ecdise ou muda. Este evento envolve alterações hormonais, no comportamento, no formato e no funcionamento do organismo dos artrópodes. É um evento complexo. E nesse momento, o inseto deixa seu antigo Exoesqueleto para formar um novo. Esse período provavelmente é um período de muito desconforto, pois ocorre um aumento da pressão interna do animal para poder romper o Exoesqueleto “antigo”. E essa formação do novo Exoesqueleto não é algo instantâneo: o artrópode passa por momentos desprotegidos. A pequena “armadura” resistente foi deixada para trás, e o artrópode espera pela formação da nova “armadura”, que será maior. Durante esse período, eles procuram lugares seguros, refúgios, onde podem passar pela muda de forma mais segura.
O crescimento cristão acontece da mesma maneira! Crescer é algo bom, mas para chegar lá, passamos por momentos difíceis. Momentos desprotegidos e de desconforto (pelo menos aos olhos humanos). É doloroso. É levando “pancada”. E tudo isso ocorre pela permissão de Deus! E glória a Ele por isso, pois depois o resultado é melhor! Essas “pancadas” quebram o nosso pequeno Exoesqueleto psíquico/espiritual que nos limita... mas isso dói... nos sentimos como vítimas, ficamos tristes, achamos isso totalmente injusto... e é nesse momento que Deus é o nosso refúgio! É nesse momento que somos mais fortes! Pois o poder grandioso de Deus se manifesta nos nossos períodos de fraqueza, assim como disse o apóstolo Paulo em 2ª Coríntios capítulo 12, versículos 9 e 10 “E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.” Deus usa períodos turbulentos, difíceis e aparentemente insuportáveis para moldar nosso caráter, nossa vida cristã e nossa convivência entre irmãos. Depois que a turbulência passa, estamos maiores, mais fortes, prontos a desempenhar um trabalho melhor para o Reino do nosso maravilhoso Deus.
Deus criou os artrópodes para fazer ecdise e viu que isso era muito bom. Deus criou a nós, Seus filhos, para fazer “ecdise espiritual” e viu que isso era muito bom também! Devemos ficar atentos a esses momentos, e simplesmente esperar em Deus, descansar nEle, esperando pelo resultado da situação, sabendo, previamente, que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável.
Edgard MacFraggin'
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