Estava pensando enquanto voltava para casa em como a mesma palavra pode ter significados extremos de tão diferentes. Seria muito mais fácil se elas fossem "transparentes", i.e., se se pudesse saber o significado que ela tem para a pessoa que a expressa. Mas, particularmente, não creio ser esse o maior problema. O maior problema é que alguns têm temor, medo e pavor de simples palavras.
Pegue a palavra "dragão", por exemplo. Muitos devem pensar em demônios, criaturas infernais ao simples som dessas sílabas. Claro, pode até ser um dos significados para o qual essa palavra é empregada (como no desenho do logo desse blog). Mas não é o único e, na maioria das vezes que se vê essa palavra, ele não tem nada a ver com criaturas espirituais.
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Sir Richard Owen: o pai dos dinossauros |
Vejamos. Dragões existiram? Sim, eles existiram! Existiram até 1841, quando Sir Richard Owen passou a chamá-los de dinossauros! Dinossauro significa "lagarto terrível". E antes desse termo (antes de 1841) usavam "dragão" para chamar esses "lagartos terríveis", pois um dragão é, certamente, um lagarto terrível.
Outro termo interessante é a palavra "monstro". "Monstro" é aquilo que foge ao que natural ou esperado, que é contra a ordem regular da natureza, mas não quer dizer que é necessariamente algo ruim. Talvez 200 anos atrás, alguém vendo uma bela aeronave ou foguete acharia que são monstros voadores - e provavelmente terríveis! Mas isso não é verdade, embora pareça a priori um absurdo que uma estrutura que pesa toneladas seja capaz de voar. São estruturas monstruosas, no sentido de ir contra a gravidade. E tantas outras coisas podem ser classificadas como "monstros" sem que sejam ruins, desde as pessoas que aparecem no livro Guinness dos Recordes até Pokémons.
E existem outras tantas palavras que são mal entendidas... E pior do que isso é ter medo de palavras, pois mais importante - ou o que dá importância a elas - é o seu significado. Simples assim.
Laila tov!
Edgard MacFraggin'